sábado, 31 de outubro de 2009

Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares é um jornalista e escritor português, que nasceu a 25 de Junho de 1952 no Porto, Portugal. É filho da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen e do advogado Francisco Sousa Tavares. A sua carreira profissional teve início primeiramente como advogado, a qual abdicou doze anos depois, em prol do jornalismo e da escrita literária. Actualmente colabora com a estação televisiva SIC e com o jornal Expresso, para além das obras literárias que continua a desenvolver.
Em 2006, venceu a 25ª edição do Prémio Grinzane Cavour para o melhor romance estrangeiro em Itália e, em 2007, ganhou o Prémio de Jornalismo e Comunicação Victor Cunha Rego.

Títulos publicados em Portugal:
  • O Dia dos Prodígios (Europa-América, [s/d])
  • Sahara, a República da Areia (Amigos do Livro, 1985)
  • O Segredo do Rio (Relógio D’Água, 1994, e Oficina do Livro, 2004)
  • Um Nómada no Oásis (Relógio D’Água, 1994)
  • Sul, Viagens (Relógio D’Água, 1998 e Oficina do Livro, 2004)
  • Anos Perdidos (Oficina do Livro, 2001)
  • Não Te Deixarei Morrer, David Crockett (Oficina do Livro, 2001)
  • Equador (Oficina do Livro, Maio de 2003)
  • O Planeta Branco (Oficina do Livro, Outubro de 2005)
  • Rio das Flores (Oficina do Livro, Outubro de 2007)
  • No Teu Deserto (Oficina do Livro, Julho de 2009)
  • Ismael e Chopin (Oficina do Livro, Junho de 2010)

"No Teu Deserto" de Miguel Sousa Tavares

TÍTULO ORIGINAL: No Teu Deserto
AUTOR:
Miguel Sousa Tavares
EDITORA: Oficina do Livro , Leya
EDIÇÃO: Julho de 2009
PÁGINAS: 128
ISBN: 9789895554645

EXCERTO

“Esta história que vos vou contar passou-se há vinte anos. Passou-se comigo há vinte anos e muitas vezes pensei nela, sem nunca a contar a ninguém, guardando-a para mim, para nós que a vivemos. Talvez tivesse medo de estragar a lembrança desses longínquos dias, medo de mover, para melhor expor as coisas, essa fina camada de pó onde repousa, apenas adormecida, a memória dos dias felizes.”

«Éramos donos do que víamos: até onde o olhar alcançava, era tudo nosso. E tínhamos um deserto inteiro para olhar.»

«Ali estavas tu, então, tão nova que parecias irreal, tão feliz que era quase impossível de imaginar. Ali estavas tu, exactamente como te tinha conhecido. E o que era extraordinário é que, olhando-te, dei-me conta de que não tinhas mudado nada, nestes vinte anos: como nunca mais te vi, ficaste assim para sempre, com aquela idade, com aquela felicidade, suspensa, eterna, desde o instante em que te apontei a minha Nikon e tu ficaste exposta, sem defesa, sem segredos, sem dissimulação alguma.»

«Parecia-me que já tínhamos vivido um bocado de vida imenso e tão forte que era só nosso e nós mesmos não falávamos disso, mas sentíamo-lo em silêncio: era como se o segredo que guardávamos fosse a própria partilha dessa sensação. E que qualquer frase, qualquer palavra, se arriscaria a quebrar esse sortilégio.»

«Eu sei que ela se lembra, sei que foi feliz então, como eu fui. Mas deve achar que eu me esqueci, que me fechei no meu silêncio, que me zanguei com o seu último desaparecimento, que vivo amuado com ela, desde então. Não é verdade, Cláudia. Vê como eu me lembro, vê se não foram assim, passo por passo, aqueles quatro dias que demorámos até chegar juntos ao deserto.»

A MINHA CRÍTICA


No teu deserto foi uma viagem curta, repleta de significado e de, ao mesmo tempo, simplicidade.
Gostei de fazer esta viagem que o autor nos leva a conhecer. Vinha com algumas expectativas relativamente a este livro, e posso dizer que não fiquei nada desiludida.
Não é um livro cheio de conteúdo, nem de uma história complexa, mas sim, um conjunto de momentos vividos entre o autor e Cláudia, numa aventura no deserto.
À medida que ía lendo, encontrava várias frases que me tocavam pela beleza que transmitiam.
Transcrevo aqui uma delas:

"A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem sabe olhar" (Miguel Sousa Tavares, 2009, pp.51)

Esta viagem leva-nos a conhecer um relacionamento bonito e eterno, entre o autor e Cláudia. Não é, de facto, um Romance e, após a leitura, compreendi a classificação de "Quase Romance".
Apenas aponto como ponto negativo, o facto de, logo antes de começarmos a ler esta obra, o autor nos dizer que Cláudia morreu. Talvez isto tenha um pouco a ver comigo, mas não gosto de saber o que aconteceu no final da história, antes de a ler e de conhecer as personagens.

A MINHA CLASSIFICAÇÃO


7/10 - Bom

domingo, 25 de outubro de 2009

Anna Casanovas

Anna Casanovas é uma escritora e advogada espanhola, que nasceu no ano de 1975, em Calella, Barcelona. É licenciada em Direito, tendo começado a trabalhar numa instituição financeira, local onde permanecia aquando a publicação do seu primeiro romance “Ninguém como Tu”. A sua maior inspiração para a escrita advém dos seus cinco irmãos mais novos, do seu marido e das leituras que gosta de fazer regularmente, uma vez que é apaixonada pela leitura.

Títulos e Artigos Publicados em Portugal
  • Ninguém Como Tu (Quidnovi, Fevereiro de 2009)
  • Amor em Lume Brando (Quidnovi, Fevereiro de 2010)

"Ninguém como tu" de Anna Casanovas

TÍTULO ORIGINAL: Nadie como tú
AUTOR:
Anna Casanovas
TRADUÇÃO: Isabel Fraga
COLECÇÃO: Framboesa
EDITORA: Quidnovi
EDIÇÃO: Fevereiro de 2009
PÁGINAS: 280
ISBN: 9789896281205

SINOPSE

Ágata Martí tem vinte e seis anos, um trabalho mal pago e vive sozinha num apartamento em Barcelona. Numa manhã de Inverno, pouco depois do Natal, decide que chegou o momento de dar uma volta à sua vida... E a ideia de Guillermo, o irmão mais velho, de a mandar trabalhar para Londres, não é de modo algum despropositada. Gabriel Trevelyan, hoje um reputado jornalista em Londres, costumava refugiar-se em casa de Guillermo Martí nos períodos difíceis da sua infância. Por isso, quando o amigo lhe liga pedindo-lhe um favor muito especial, é incapaz de lhe dizer que não. Ágata e Gabriel voltam a encontrar-se após treze anos e ambos se dão conta de que as coisas não mudaram entre eles. Para ela, nunca existiu ninguém como Gabriel, o rapaz que a beijou pela primeira vez. Para ele nunca houve ninguém como Ágata, a única rapariga capaz de lhe chegar à alma. No entanto, Gabriel não confia no amor e Ágata não está disposta a conformar-se com menos.

A MINHA CRÍTICA

O que dizer deste livro?
Simples, leve e doce. São as três palavras com que caracterizo esta obra. Não a senti como extraordinariamente excelente, mas considero-a como uma boa leitura de fim de tarde.
Esta obra mostra-nos uma história romântica simples, que nos faz ver como é possível perdoar quando se ama de verdade, mesmo que seja um perdão de algo, aparentemente, imperdoável.
É uma leitura fácil e que apaixona qualquer um.
Ágata é umas das personagens que se mostra bastante corajosa ao longo de todo o desenrolar da história, uma vez que, se entrega totalmente a este novo amor que lhe surge. Já Gabriel, com todo o seu passado familiar, está renitente em aceitar e revelar o que sente, acabando por quase destruir o elemento essencial para a sua felicidade.
A única coisa que posso dizer que menos gostei, foi o facto de, logo de ínicio, se saber uma parte do que iria acontecer no final. Para mim, isso foi um grande ponto negativo, pois preferia ter lido aquela parte inicial no sítio, cronologicamente, correcto.
Apesar disso, é uma obra que recomendo, sem reservas, a qualquer apreciador de leitura romântica.

A MINHA CLASSIFICAÇÃO

7/10 - Bom

sábado, 3 de outubro de 2009

Jodi Picoult

Jodi Picoult é uma escritora americana que nasceu a 19 de Maio de 1966 em Nesconset, Long Island.
A sua carreira de escritora teve um início precoce, marcado pela escrita da sua primeira história aos 5 anos de idade (denominada "The Lobster Which Misunderstood").
É licenciada em Escrita Criativa pela Universidade de Princeton, tendo também realizado um mestrado em Educação, na Universidade de Havard.
Já foi galardoada com o New England Book Award for Fiction em 2003.

Títulos publicados em Portugal:
  • Para a minha irmã (Civilização Editora, Novembro de 2005)
  • Memórias Esquecidas (Civilização Editora, Abril de 2006)
  • O Décimo Círculo (Civilização Editora, Outubro de 2006)
  • Tudo por Amor (Civilização Editora, Abril de 2007)
  • Dezanove Minutos (Civilização Editora, Novembro de 2007)
  • Uma Questão de Fé (Civilização Editora, Maio de 2008)
  • Em Troca de Um Coração (Civilização Editora, Setembro de 2008)
  • O Pacto (Civilização Editora, Maio de 2009)
  • Frágil (Civilização Editora, Outubro de 2009)
  • Compaixão (Civilização Editora, Abril de 2010)
  • No Seu Mundo (Civilização Editora, Novembro de 2010)

"Para a Minha Irmã" de Jodi Picoult

TÍTULO ORIGINAL: My Sister's Keeper
AUTOR:
Jodi Picoult
TRADUÇÃO: Ana Figueira
COLECÇÃO: Romance
EDITORA: Civilização Editora
EDIÇÃO: Novembro de 2005
PÁGINAS: 408
ISBN: 9789722623704

SINOPSE

Os Fitzgerald são uma família como tantas outras e têm dois filhos, Jesse e Kate. Quando Kate chega aos dois anos de idade é-lhe diagnosticada uma forma grave de leucemia. Os pais resolvem então ter outro bebé, Anna, geneticamente seleccionada para ser uma dadora perfeitamente compatível para a irmã. Desde o nascimento até à adolescência, Anna tem de sofrer inúmeros tratamentos médicos, invasivos e perigosos, para fornecer sangue, medula óssea e outros tecidos para salvar a vida da irmã mais velha. Toda a família sofre com a doença de Kate. Agora, ela precisa de um rim e Anna resolve instaurar um processo legal para requerer a emancipação médica - ela quer ter direito a tomar decisões sobre o seu próprio corpo.
Sara, a mãe, é advogada e resolve representar a filha mais velha neste julgamento. Em Para a Minha Irmã muitas questões complexas são levantadas: Anna tem obrigação de arriscar a própria vida para salvar a irmã? Os pais têm o direito de tomar decisões quanto ao papel de dadora de Anna? Conseguimos distinguir a ténue fronteira entre o que é legal e o que é ético nesta situação? A narrativa muda de personagem para personagem de modo que o leitor pode escutar as vozes dos diferentes membros da família, assim como do advogado e da tutora ad litem, destacada pelo tribunal para representar Anna.

A MINHA CRÍTICA

Jodi Picoult, mais uma vez, surpreendeu-me.
Li este livro em pouco mais de 3 dias. Estou fascinada e ainda um pouco abalada com o facto de a história já ter terminado. É um livro que nos toca tão profundamente, que se torna difícil conseguir esquecê-lo. Neste livro, Picoult começa logo por se desmarcar dos outros livros comuns pelo facto de não dividir a história em capítulos, mas sim, pela visão e vivência de cada maravilhosa personagem que ela cria e nos permite conhecer. À medida que a história se desenrola, somos surpreendidos com uma família que não é como as outras, uma vez que esta tem de conviver, em conjunto, com um problema que não tem solução. Picoult consegue trazer-nos, ao mesmo tempo que escreve uma história maravilhosa, conhecimentos específicos de uma determinada área, os quais revelam uma pesquisa intensa e aprofundada da mesma por parte da autora. Li este livro influenciada pelo facto de este ter sido adaptado ao cinema e, por a curiosidade ter sido mais forte em lê-lo do que em ir ver o filme ao cinema. Agora tenho alguma curiosidade em ir ver o filme, apesar de me desagradar a ideia de terem alterado o final da história com a "desculpa" de não ser tão trágico. O que é certo, é que fiquei com vontade de estar de novo perto destas personagens que, da forma como Picoult nos apresenta, se tornam eternas na nossa memória.
É, sem dúvida, um livro que recomendo a quem queira passar algumas horas de puro prazer com uma leitura de excelente qualidade, à qual Jodi Picoult já nos habitou a ter.

A MINHA CLASSIFICAÇÃO

10/10 - Obra-Prima
 

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